04. VOLTURI
CAPÍTULO QUATRO
❛ volturi ❜
TODOS GOSTARIAM QUE ignorar Meredith fosse fácil, mas era impossível para todos quando a garotinha passava por eles desejando bom dia, sendo ela talvez a única que cumprimentava todos que via, e não responder não era uma opção quando viam Felix atrás da menina, lançando olhares furtivos aos guardas para responder à saudação da menina. Meredith avançou com pequenos saltos pelo castelo, aproveitando o caminho sem se importar com os longos corredores ou sua escuridão.
— Bom dia!— a menina cumprimentou mais uma vez ao entrar na cozinha.
— Buongiorno! — saudaram as cozinheiras, imediatamente Felix ajudou a menina a subir na cadeira alta do bar e a cozinheira colocou à sua frente um prato de aveia com frutos vermelhos e mel.
— Gazie! — ela exclamou animada, sua estadia em Volterra a forçou a aprender o básico de italiano e claro que eram as rainhas que ensinavam a menina à tarde e suas aulas estavam valendo a pena.
Mas do outro lado do castelo os reis e rainhas se reuniram no escritório de Aro.
— Ela é uma menina e precisa estar perto de mais crianças como ela. — Sulspicia retrucou ao marido.
— Ela poderia revelar o segredo! Nosso mundo seria descoberto e a culpa seria nossa! — Aro exclamou para sua esposa, tentando fazê-la ver a razão.
— Quando ela estava com os Cullen isso nunca aconteceu! — Athenodora apontou. — Ela tem que ir para a escola! Conhecer mais crianças da idade dela! Ter uma vida normal!
Caius estava esfregando a têmpora, parecia que estava começando a ter a pior enxaqueca de todas e nem sabia se era possível um vampiro ter uma.
— Marcus? — Aro chamou seu irmão, que permaneceu em silêncio, girando o anel no dedo lentamente, olhando para o nada.
— Elas estão certas, irmãos... — ele murmurou com aquela voz lenta. Caius abriu os olhos surpreso, pronto para contestar, mas Marcus continuou. — No entanto, não podemos correr o risco. Embora os Cullen tenham conseguido controlar a situação, temo não saber como Meredith reagiria ao entrar em uma nova escola. Além disso, as aulas já começaram e eles não aceitarão novos alunos que já tenham começou o semestre.
— Desculpe, não são vocês os donos da cidade? Vocês não doam quantias incríveis de dinheiro para essas pessoas e suas escolas? — Sulspicia perguntou franzindo a testa para os três reis. — Todos em Volterra sabem o que somos.
— Só aqueles que estão no governo, querida. — Aro a lembrou, afundando na cadeira, então a discussão voltou. Desta vez Caius e Athenodora começaram a aumentar o volume de suas vozes, Sulspicia ficou ao lado da amiga contra o rei e Aro fechou os olhos por um momento antes de bater com força em sua mesa, silenciando os três. — Isso é o suficiente...
Caius olhou para o irmão, depois para a esposa e se virou.
— Tudo bem. Se você quer que a pequena Meredith vá para a escola de Volterra, que assim seja. — o rei retrucou, ao que Caius rapidamente se virou olhando para seu irmão, ele abriu a boca pronto para falar, mas Aro levantou a mão para impedi-lo. — Mas haverá condições.
Caius, não satisfeito, assentiu.
— Podemos conversar com Meredith sobre isso, talvez ela não queira ir para a escola. — disse o rei. — Certamente podemos controlar a situação, Sulspicia tem razão, mesmo que a cidade pense o contrário somos nós que temos o poder aqui. A informação que entra e sai de Volterra é a que quisermos.
— Sem dúvida teremos muitos arranjos a fazer, muita documentação sobre isso. — Marcus deixou escapar desta vez.
— Vou pedir a Heidi para falar com as pessoas certas. — observou Aro, observando Caius ficar em silêncio antes de se virar para Athenodora.
— Isso significa que não vamos deixar Meredith voltar para os Cullen... — Sulspicia murmurou, olhando para o marido que não assentiu, apenas alargou o sorriso. — Definitivo?
— Dora querida. Acho que você e Caius poderiam assinar os papéis, considero que você tem mais semelhança com a pequena Meredith do que qualquer um de nós. — o rei retrucou, forçando Caius a olhar para ele como se ele tivesse dito a pior das atrocidades. — Parte da papelada, irmão...
Mas Caius tinha certeza que Aro queria incomodá-lo ainda mais, agora ele não só o estava forçando a aceitar a garota como queria que ele fosse seu guardião, então olhou para Athenodora que olhava para o rei de cabelos escuros com emoção, ela rapidamente concordou: Tinha algo que não faria por ela?
— Tudo bem. Mas vamos tirar aquele nome horrível que os Cullen deram a ela. — Caius retrucou com raiva, resmungando com o pensamento e cruzando os braços sobre o peito antes de cair de volta no assento.
— Como se a sua fosse tão bonita. — Sulpicia zombou com um sorriso. — Meredith é um nome lindo, significa guardiã do mar.
Caius revirou os olhos novamente.
— Até onde eu sei, a garota é uma bruxa, não um peixe. — o rei bufou, revirando os olhos mais uma vez enquanto observava Aro pegar uma folha solta de papel e tirar uma caneta de uma das gavetas, olhando nas duas loiras.
— Além disso, não podemos roubar a identidade dela, a coitada já está farta de ter roubado a história dela. — retrucou Athenodora, colocando a mão no braço do marido. — Ela tem um nome do meio? Talvez pudéssemos usar.
— Elizabeth, o nome do meio dela é Elizabeth. — Marcus murmurou, observando enquanto Aro fazia uma lista de nomes do meio.
— Certamente não é o nome da filha de um rei. — Caius retrucou, olhando para a lista de Aro.
— E a Rainha Elizabeth? — Sulspicia perguntou, querendo provocá-loainda mais.
— Bom, eu não gosto disso, também não gosto de nenhum desses nomes dessa lista absurda. — retrucou ele, olhando para cada nome com desgosto.
— Bom. Então você escolhe o nome, Caius. — Aro retrucou com um sorriso tenso, estendendo o papel para seu irmão onde agora havia vários nomes riscados que haviam sido descartados pelo exigente rei.
Caius pegou a pena sob o olhar atento de todos, o nome de Meredith não era tão ruim assim então ele escreveu novamente em caligrafia perfeita antes de deixar um espaço e escrever um E maiúsculo, a tinta secou antes que ele pudesse escrever o resto, foi então que ele continuou.
— Evadne. Aquela que é boa e gosta da felicidade da vida além das circunstâncias. — pensa Athenodora com um sorriso doce. — É uma bela escolha.
— Tanto faz... — Caius murmurou baixinho, terminando de escrever o nome completo, colocando Volturi no final.
— Tudo bem. Acho que Heidi pode cuidar do resto. — o rei de cabelos escuros retrucou. — Um guarda ficará perto da escola para garantir que Meredith não esteja em perigo e, acima de tudo, que ninguém saiba de sua existência. É importante que ela só exista dentro de Volterra, afinal Meredith Cullen - ela está morta.
Os Volturi tinham muitos inimigos, mas além de uma guerra, eles estavam preocupados que os Cullen os descobrissem com sua mentira sobre Meredith. Os reis e rainhas trocaram olhares cheios de cumplicidade, aquela parte da história seria deles para preservar, ninguém saberia que Meredith veio para Volterra por engano, ninguém jamais saberia que o sobrenome dela não era Volturi e sim Cullen, sua história e seu passado seria selado atrás dela pelos fortes portões do castelo.
— Eu ainda não entendo por que você quer ficar com a garota. — Marcus retrucou assim que as rainhas saíram da sala.
Mas Aro permaneceu em silêncio, porém Marcus não pôde deixar de ver aqueles laços que estavam começando a colorir de forma intensa e todos levavam a Meredith. No passado seu dom havia sido muito útil ao usá-lo contra seus inimigos, seu dom era a fraqueza daqueles que se posicionavam contra ele, o destino parecia querer zombar dele e de todo o clã.
Nenhum dos reis entendeu o porquê do fascínio de Aro pela pequena Meredith, talvez pelo fato dela ser humana afinal e isso era simples curiosidade, porém Meredith não era uma mortal como qualquer outra e só talvez o rei líder quisesse ter outro talento poderoso em o clã.
[...]
Demetri não sabia o porquê, na verdade nada parecia fazer sentido ultimamente em Volterra desde que Meredith chegou ao castelo. Era estranho, ele nunca quis chamar a atenção de uma criança, considerando que há muito tempo deixou de ter contato com humanos, mas agora a garotinha com olhos como um par de safiras o ignorou, e ser ignorado foi um golpe ao seu ego.
Félix e Alec eram quem passava muito tempo com ela, mas quando ele ou Jane entravam na sala as risadas diminuíam e isso o fazia saber que ela ainda sentia magoada da forma como ele a tratou semanas atrás. O rastreador continuou andando pelo corredor até que o cheiro de sangue o parou, era um aroma bastante doce e peculiar, não parecia nada que ele já tivesse percebido antes, então soluços seguidos pelo choro de uma menininha, Meredith, chegou aos seus ouvidos.
O ritmo acelerou rapidamente, havia guardas de escalão inferior naqueles corredores e poucos deles tinham o controle necessário e é por essa razão que Meredith não foi autorizada a vagar sozinha pelos corredores. Encontrá-la foi fácil, e ele estava internamente grato por ter chegado antes de qualquer um dos outros guardas, então ele a viu, ela estava no chão com seu bichinho de pelúcia Scooby Doo ao lado dela, ela havia tropeçado no degrau e arranhado joelho, lágrimas grossas escorriam por seu rosto agora, vermelhas por ela chorar.
— Ei... — ele murmurou gentilmente se aproximando, chamando a atenção dela, ele se agachou para ficar na altura dela, seus olhos cristalinos refletidos nos vermelhos como um espelho e o vampiro tirou o lenço de sua camisa para oferecê-lo a ela para que ele pudesse enxugar suas lágrimas. — Você está bem?
Meredith assentiu entre soluços.
— Vamos curar isso, certo? — ele ofereceu gentilmente e ela assentiu novamente, pegando seu fiel Scooby nos braços.
Sem nenhum esforço, Demetri a carregou, levantando-a do chão, e para sua surpresa, ela o abraçou, ainda soluçando por causa da dor que sentia na perna. O vampiro apenas se limitou a avançar pelo corredor, esfregando suas costas suavemente. para acalmá-la um pouco.
Os dois chegaram ao quarto no que pareceu um curto espaço de tempo, ele soube por Heidi que havia comprado um kit de primeiros socorros e que havia colocado um em cada quarto e sala de estar, caso Meredith precisasse.
Entrando no banheiro, o vampiro sentou a garota na superfície da pia e procurou o kit de primeiros socorros que estava em uma gaveta.
— Mer. O que você estava fazendo sozinha nos corredores? — perguntou o rastreador enquanto abria a pequena caixa branca. Ela ficou em silêncio e apenas abraçou seu bichinho de pelúcia. — Ei, você não está com problemas. Você simplesmente não deveria ficar sozinha no castelo, é perigoso para você.
— Por que?
— Porque você pode se machucar, ou alguém pode te machucar. — ele murmurou, olhando o conteúdo do armário de remédios. Ele gentilmente pegou a perna dela, deixando-a descansar completamente sob a água da torneira. — Temos que lavá-lo. Tudo bem?
Ele pergunta e ela assente e começa a abrir a torneira, o jato de água fria toca sua pele ferida fazendo-a fechar os olhos com força, mas afinal não foi tão ruim assim segundo ela.
Aproveitando a distração, Demetri fechou a torneira e pegou o pequeno frasco de antisséptico que estava no armário de remédios, olhou para a menina com alguma dúvida.
— Felix não deveria estar com você hoje? — ele perguntou e ela deu de ombros. Ela tinha visto Felix sair sem perceber que não o estava mais seguindo e sem dúvida isso causaria problemas para seu amigo.
— Procurei o Felis, mas ele não estava lá... — ela admite, e é nesse momento que Demetri aproveita para borrifar o antisséptico na ferida, conseguindo fazer com que a sensação de queimação volte, seus olhos mais uma vez se enchendo de lágrimas.
— Desculpe, ei... — ele chamou, afastando-o. — Sinto muito, mas tinha que ser feito... — ele se desculpou com um sorriso torto, certamente não gostando de ser o motivo das lágrimas da garota na sua frente. — Sabe de uma coisa? Você foi muito corajosa. — ele admite com um sorriso, e essas palavras devem ter significado algo para ela já que ela também sorriu, esquecendo o momento ruim que passou, mais uma vez Demetri olha dentro do armário de remédios. — Olha isso, band-aids bisbilhoteiros.
— Eles são fofos. — ela murmurou, esfregando os olhos com a manga da camisa.
— Que bom que você gostou porque vai ter que usá-los. — explicou ele, procurando um tamanho maior que pudesse cobrir a ferida. Não era sensato a garota manter uma ferida aberta em um castelo com vampiros. E quando encontrou o certo, colocou-o delicadamente no joelho, jogando a embalagem no lixo. — Viu? Não foi tão ruim assim...
E quando tudo ficou em silêncio, Demetri coçou a nuca antes de olhar para a garotinha que permanecia imóvel em seu lugar.
— Escute, eu não deveria ter falado com você daquele jeito. Foi rude da minha parte. — ele admite e ela concorda.
— Você quebrou sua pomesa! — a menininha acusou com uma carranca e Demetri assentiu tristemente.
— Sinto muito, eu não deveria ter descontado em você. — ele murmurou novamente. — Não vou gritar ou quebrar minhas promessas de novo, ok?
Ela permaneceu em silêncio.
— Você acha que pode me perdoar? — ele perguntou e ela olhou para ele com os olhos semicerrados. — Você faria isso por um biscoito Scooby?
— Sim!
— Três biscoitos Scooby então...
[...]
Acontece que fazer Meredith ficar parada por mais de uma hora foi a coisa mais simples do mundo, bastava uma televisão com acesso aos seus programas favoritos e na sala da guarda, Meredith não hesitou em assumir o controle da televisão. Demetri caminhou atrás dela, observando cada passo dela até vê-la se aproximar do sofá em frente à televisão.
— Licença... — ela exclamou, olhando para Santiago e Afton ocupando todo o sofá, ambos olhavam para ela com as sobrancelhas levantadas.
— Você ouviu a garota, mexa seu traseiro. — Demetri ordenou.
— Não seja gosewo, Demeti! — a garotinha exclamou, olhando para ele para repreendê-lo.
— Você ouviu Demetri? Não seja rude! — Afton zombou, levantando-se.
— Você tem sorte de ser adorável. — murmurou Santiago, seguindo o guarda. — Afinal, não preciso descansar depois de percorrer Volterra durante a noite...
— Sim, sim, licença, Tago. — retrucou a menina, empurrando a perna para subir no sofá.
Demetri desta vez olhou para ela com uma sobrancelha levantada, mas a garotinha deu um tapinha no local ao lado dela enquanto pressionava o pequeno botão liga / desliga do controle, o vampiro não respondeu e sentou-se ao lado dela.
Aparentemente a história de um enorme cachorro marrom que não conseguia parar de pensar em comer enquanto resolvia mistérios era mais interessante do que Demetri gostaria de admitir, os dois haviam se acomodado no sofá e Meredith usou Demetri como apoio para que ela pudesse se deixar esparramar no sofá enquanto observa Salsicha e Scooby fugirem de um pirata fantasma.
Foi nesse momento que Jane entrou na sala e olhou para seu companheiro de guarda com uma sobrancelha levantada, mas ele não pareceu se intimidar com a dureza e severidade de seu olhar.
— Com licença, Demetri, você está confortável? Você não quer que eu traga algo para você? — ela perguntou, irritada, e foi então que Meredith estendeu a mão para a orelha de Demetri e a cobriu com sua mãozinha para que Jane não ouvisse. O guarda ri e olha para ela.
— Mer disse que você poderia trazer mais biscoitos. — disse o guarda, estendendo o prato vazio que ambos haviam terminado.
— Vou quebrar isso na sua... — a gêmea ameaça quando é interrompida pela presença de Alec.
— Não na frente da garota, irmã. — ele a lembrou, indo até o sofá. — Nunca entendi o quão interessante é aquele cachorro que tem medo de tudo...
Então Meredith olhou para ele com a testa franzida, pronta para defender o cachorro enorme, mas Alec acabou sentando ao lado dela no sofá sem objetar, e era assistir aquilo ou voltar para os reis, bem, assistir Scooby Doo era melhor do que tolerando a raiva de Caius.
Poucos minutos depois (talvez meia hora) foi o próprio Caius quem entrou na sala da guarda e viu grande parte do clã reunida em volta do sofá, alguns até sentados no tapete vermelho. Ninguém percebeu o rei que havia entrado até que ele deu mais um passo, um sorriso adornava seus lábios e esse sorriso macabro foi o que deixou os guardas tensos em seus lugares.
— Vocês estão se divertindo muito? — perguntou o rei, levantando a voz, Felix rapidamente assumiu o controle da televisão e desligou-a. — Como vocês tem muito tempo livre, haverá rodadas extras para todos, MOVAM-SE!
E com isso os vampiros e Meredith rapidamente se levantaram para fazer o que quer que pudesse afastá-los do rei chato, Caius beliscou a ponta do nariz em frustração enquanto observava a pequena loira se mover em direção à saída atrás de Alec.
— Meredith não. — ele retrucou antes de ver como a garotinha olhou para Alec que encolheu os ombros antes de sair completamente da sala, então Meredith foi forçada a voltar para o rei. — Vamos, Athenodora está esperando você tomar chá no terraço.
A garotinha assentiu, sentando-se no sofá, ela ia calçar os sapatos quando Caius notou o curativo em seu joelho, claro que havia chegado aos reis a notícia de que Meredith, no descuido de um segundo, tropeçou e isso foi apenas um pequeno arranhão, Caius realmente achou que não era nada tão grave, ele mesmo já havia tido ferimentos piores em sua longa vida cheia de batalhas.
— Ande. — acrescentou ele, observando a menina sair do sofá com os cadarços desamarrados e parar. — Você quer cair de novo? Amarre os cadarços!
A menina poderia esgotar seriamente a paciência de Caius, que não era a criatura mais tolerante do mundo. O rei pensou nas milhares de coisas que poderia dizer à menina, mas não queria ouvir os sermões de Marcus dizendo que coisas. Brigar com Meredith só a faria amarrar errado. Em vez disso, Caius recostou a menina no sofá com muita facilidade, com um joelho no chão o rei ficou na altura dela olhando os cadarços brancos, eles eram extremamente pequenos para ele e mesmo assim ele conseguiu dar nós perfeitos.
— Obrigada! — a garotinha exclamou animada e foi então que Caius bufou de aborrecimento, sentando-se em seu lugar.
Outra coisa que exasperou Caius foi a lentidão com que Meredith caminhava ao lado dele embora a garotinha parecesse estar correndo para alcançá-lo. O rei perdeu a conta de quantas vezes ele se virou apenas para ver Meredith bem longe dele, atrás dele, antes de tomá-la nos braços para avançar pelo castelo. Quando chegaram à torre, Athenodora estava sentada em uma cadeira olhando para a Toscana.
— Achei que vocês não viriam! — a loira exclamou com um largo sorriso ao ver Caius com Meredith.
— Teria sido mais rápido se uma certa pessoa soubesse amarrar o cadarço. — Caius murmurou, colocando a garota no chão.
— Oh, deixe-a em paz. — ela repreendeu divertida. — Pequenina! O que aconteceu com você? — ela perguntou preocupada ao ver o curativo na perna dele.
— Eu caí. — ela responde com um beicinho. — Mas Demeti me ajudou!
— Ah, que bom que vocês conseguiram resolver as coisas... — ela murmurou, pegando sua mão para guiá-la até seu lugar. — Vamos, amor, você também...
Caius ergueu uma das sobrancelhas, olhando para a esposa como se ela tivesse enlouquecido.
— Eu adoraria, mas não quero. — observou ele com tristeza fingida. Athenodora o desafiou com seu olhar a tal ponto que o rei moveu a perna nervosamente antes de empurrar abruptamente a cadeira para se sentar ao lado de Meredith, deixando-a entre eles.
Athenodora pigarreou e começou a servir o chá. Quando as rainhas souberam que Meredith tinha o poder de possibilitar a ingestão de comida humana, não hesitaram em tomar chá em determinados horários do dia com ela no jardim, embora Caius. recusou-se a acreditar que isso era possível.
O rei permaneceu em silêncio, observando a interação entre sua esposa e a menina. Por um tempo Athenodora quis incluí-lo na conversa, mas o rei não ajudou muito e permaneceu assim até que o chá esfriasse em sua xícara. Ele não entendia qual era o fascínio por uma garota que não conseguia nem falar bem, nem sabia se Athenodora realmente entendia o que ela estava dizendo ou apenas fingia que entendia, e mesmo negando, havia momentos em que um pequeno sorriso apareceu em seus lábios e que ele rapidamente escondeu da mulher à sua frente.
Talvez ele estivesse realmente com medo de estragar tudo, todos sempre sabiam o que fazer ou dizer para que Meredith pudesse lidar com eles sem medo, mas no momento em que ele entrou na sala a garota ficou em silêncio e talvez assim como ele, ela também teve medo de estragar dizendo a coisa errada.
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